Ana-Maria Masoud é a Gerente de País da Tquila Automation Romênia. Com mais de 20 anos de experiência em consultoria digital, transformação e inovação, Ana-Maria traz uma ampla expertise em liderança. Anteriormente, ocupou cargos de liderança em empresas como Cognizant, IBM e CGI. O background de Ana-Maria inclui uma paixão por matemática e direito, tendo se formado na Faculdade de Direito da Universidade de Bucareste em 2001 e na Faculdade de Matemática e Ciência da Computação em 2004.
C&B: Descreva sua atividade profissional!
Ana-Maria Masoud: Atualmente, sou Gerente de País da Tquila Automation Romênia. Meu papel envolve supervisionar as operações da empresa na Romênia, gerenciar equipes locais, desenvolver estratégias de negócios, construir e manter relacionamentos com clientes e garantir o sucesso financeiro. A Tquila Automation é uma startup americana fundada em 2020, especializada em soluções de automação. Oferecemos serviços relacionados à Automação de Processos Robóticos (RPA), Inteligência Artificial (IA) e transformação digital. A empresa fornece soluções de automação para acelerar processos de negócios, aumentar a eficiência e impulsionar a inovação.
Antes de ingressar na Tquila Automation, ocupei cargos de liderança em empresas notáveis como a Cognizant, onde ocupei o cargo de Especialista em Vendas de Linha de Serviço.
C&B: Qual é a história da sua progressão de carreira?
Ana-Maria Masoud: Comecei minha jornada em 2002 como programadora RPG no sistema AS/400. RPG (Report Program Generator) é uma linguagem de programação de alto nível usada principalmente para aplicações de negócios. Foi introduzida em 1959 para o IBM 1401 e desde então evoluiu para várias versões, incluindo RPG II, RPG III, RPG IV e RPGLE (RPG IV estendido). Isso já era considerado antigo em 2002, mesmo que eu fosse jovem na época, mas essa era a indústria de TI na Romênia. Lembro-me de que tínhamos apenas 2 ou 3 empresas no campo e elas se dedicavam principalmente à terceirização para clientes ocidentais.
Ao longo dos anos, transitei para funções de liderança, como gerente de programa na HP, líder de equipe, gerente de entrega de serviços, gerente de pessoas na IBM, diretor de entrega na CGI e diretor de vendas na Cognizant.
Todas essas experiências me ajudam em meu papel atual como Gerente de País da Tquila Automation Romênia. Neste cargo, supervisiono operações, gerencio equipes, desenvolvo estratégias e garanto o sucesso local da empresa.
Busquei educação adicional ao longo da minha carreira, incluindo a participação em um programa INDE EMBA. Acredito firmemente na aprendizagem contínua como uma mentalidade obrigatória para qualquer profissional no campo de TI, e não apenas.
C&B: Quais eram seus sonhos de infância/adolescência e quais são agora?
Ana-Maria Masoud: Como toda criança, gostava muito de histórias e desenvolvi uma paixão por história. Quando pequena, a arqueologia me fascinava, e eu queria escavar artefatos e desvendar mistérios. Mais tarde, durante o segundo ano do ensino fundamental, descobri minha paixão pela matemática e até obtive resultados notáveis em concursos escolares. Ainda gosto de matemática, e descobri agora que não perdi minhas habilidades de resolução de problemas ao ajudar meus filhos com a lição de casa de vez em quando. Provavelmente, resolver problemas matemáticos sempre me trará alegria e, às vezes, na aposentadoria, terei mais tempo para fazer isso 🙂
No ensino médio, sonhava em me tornar uma advogada famosa, talvez inspirada por filmes de Hollywood e meu espírito natural de justiça. Por isso, me matriculei na Faculdade de Direito da Universidade de Bucareste e me formei em 2001.
No entanto, no meu segundo ano de direito, percebi que o que queria fazer na vida estava mais relacionado à matemática do que ao direito, então me matriculei em matemática e fiz ambos em paralelo.
Em conclusão, minhas 3 principais paixões/interesses desde a infância/adolescência foram, em ordem cronológica: história, matemática e justiça. No meu papel atual, acho que consegui usar todas elas em diferentes proporções, com matemática sendo privilegiada, e sinto que cada uma foi um tijolo sólido que moldou minha personalidade e trajetória profissional.
C&B: Quais são os princípios de vida e trabalho que você segue?
Ana-Maria Masoud: Como mencionado anteriormente, enfatizo fortemente a importância da aprendizagem ao longo da vida, e acredito que a educação deve ir além da escola formal. Hoje em dia, temos tantas maneiras de nos educarmos, e seria uma pena não investir em nosso crescimento e desenvolvimento.
No meu papel profissional, concentro-me em ajudar os clientes a adotarem modelos de trabalho ágeis para melhorar a produtividade e a eficácia. Defendo a agilidade e acredito que, nos tempos modernos, tomar boas decisões rapidamente é um forte diferencial e a chave para o sucesso.
C&B: A pandemia e as crises econômicas influenciaram sua vida profissional?
Ana-Maria Masoud: Sim e não ao mesmo tempo. Na indústria de TI, trabalho em casa desde 2005 e remotamente com clientes externos desde que iniciei minha carreira em 2002, quando trabalhei para algumas empresas francesas e suíças.
No entanto, durante e após a pandemia, a proporção entre trabalho em casa e trabalho no escritório mudou drasticamente. No passado, costumava passar 4 ou 5 dias por semana no escritório, mas agora passo no máximo 1 dia por semana no escritório.
A pandemia acelerou a adoção de tecnologias como IA e automação, e o setor de TIC mostrou resiliência e crescimento apesar da recessão econômica, contribuindo significativamente para o PIB. Isso influenciou minha trajetória de carreira, pois surgiram novas oportunidades e agora estou trabalhando nos campos de automação e IA.
C&B: Você pode compartilhar algumas situações engraçadas de sua experiência profissional?
Ana-Maria Masoud: Há alguns anos, fui convidada para uma entrevista para um cargo de gerência. Fui lá, e um rapaz estava me esperando na mesa e me convidou para uma sala de entrevistas. Ele começou a se apresentar e a apresentar o trabalho para o qual fui convidada. Ouvi muito pacientemente por cerca de 20 minutos (ele também compartilhou alguns slides e descreveu o trabalho com muitos detalhes). Sentada lá, comecei a ficar confusa e, quando ele terminou, mencionei que talvez eu fosse a candidata errada para o trabalho errado. No final, percebemos que houve confusão entre os candidatos; ele estava esperando por outra pessoa para outro trabalho. Para sair dessa situação embaraçosa, ele convidou um colega responsável pelo trabalho para o qual me inscrevi, e continuamos a entrevista a partir daí. Ele também permaneceu na sala, então não sei se o candidato esperado para o trabalho dele apareceu ou se ele fez aquela entrevista.
C&B: Você tem um cliente/potencial parceiro ou empregador na sua frente. Qual é a frase que os convence?
Ana-Maria Masoud: Eu enfatizaria nossos diferenciadores: expertise em automação inteligente, qualidade (obtivemos uma pontuação de 4.8 de 5 em pesquisas de clientes) e ROI para o cliente.
A Tquila Automation é especializada em automação inteligente, aproveitando tecnologias de ponta para ajudar as empresas a operarem mais rapidamente e com mais sabedoria. A empresa recebeu um investimento de vários milhões de dólares da Delta-v Capital, destacando seu potencial de crescimento e inovação. A Tquila Automation oferece soluções RPA, imitando atividades e tarefas humanas em computadores ou ambientes virtuais, aumentando a eficiência e a produtividade. A empresa colabora com líderes do setor para fornecer soluções abrangentes de automação, garantindo que os clientes recebam serviços de alta qualidade.
A frase será: “Trabalhando conosco, você economizará x horas de trabalho árduo e ganhará y milhões automatizando processos repetitivos.”
C&B: Que conselho você tem para iniciantes ou para aqueles que estão indecisos?
Ana-Maria Masoud: Meu conselho para eles seria explorar várias opções, procurar orientação, experimentar e manter a mente aberta.
E provavelmente o conselho mais importante seria não ter medo dos erros. Os erros são um recurso muito valioso para aprendizado e evolução. Cometi muitos erros em minha vida, e minha carreira foi como uma montanha-russa, mas nunca desanimei ou considerei que as coisas não poderiam ser mudadas.
C&B: Qual é a sua opinião sobre a sociedade e sua evolução?
Ana-Maria Masoud: Acredito que entramos em uma evolução exponencial e a humanidade não está preparada para enfrentar um ritmo tão rápido de mudança.
Nasci em um país comunista e, durante minha infância, não tínhamos telefone celular, internet e apenas 1 canal de TV, e a sociedade era muito diferente da moderna. A Romênia (e não apenas) parece completamente diferente, agora temos tantas maneiras de passar nosso tempo livre e todos os nossos relacionamentos e estilos de trabalho mudaram drasticamente. Vejo algumas mudanças positivas, como a liberdade de expressão, mas também algumas mudanças negativas; as pessoas passam menos tempo se conectando e muito mais tempo na internet ou nos dispositivos.
Sem mencionar como a sociedade era quando nossos pais eram crianças durante os anos 50 ou 60.
Acredito que a tecnologia e as ideias evoluem muito mais rápido do que o cérebro humano, que permaneceu quase inalterado desde os estágios iniciais da evolução, e esse fato provavelmente levará a muitas turbulências e desafios nos próximos anos.
A mudança climática também será um ponto importante em nossa agenda no futuro.
Espero que a humanidade encontre respostas para todos esses problemas e adote as melhores soluções, como fez várias vezes.
Em conclusão, prevejo que a volatilidade e a incerteza continuarão, e as pessoas provavelmente enfrentarão mais desafios psicológicos do que no passado. A mudança climática se tornará a principal ameaça nos próximos anos. No entanto, sou uma pessoa otimista e acredito firmemente que a humanidade identificará soluções para todos esses problemas.